quinta-feira, 17 de maio de 2012



PENSANDO...

Quando eu penso em mim
eu penso em alguém sempre buscando

sempre tentando ser,
querendo algo que me solicita
e ás vezes me cansa...
quando eu penso em mim
eu penso que, apesar do esfôrço
eu pinto a vida de vermelho e amarelo
porém, sonho com o azul.

penso na possibilidade de acalmar o corpo e a mente
no desejo de também experimentar o dencanso...
                                                        Ana Sú

O filme e o tom...

O filme foi um engodo noturno
o que valeu foi o sol
e o dia morno na alma
quente no corpo...
                                Ana Sú

domingo, 13 de maio de 2012

Minha mãe sempre foi bonita e engraçada... ainda hoje, mergulhada em névoas, de vez em quando vem, surge do seu mundo solitário e brinca, como se estivesse ainda contando um caso, uma história de fazer rir.
Ela sempre será para mim uma linda imagem de mãe boa, amiga, presente e acolhedora. Nós sempre fomos diferentes, ela às voltas com os vestidos e as comidas gostosas, e eu com os livros, os lápis e os cadernos. Entretanto, tinhamos um ponto em comum: a música. Ela me ninava, quando eu criança, cantando músicas de Dalva de Oliveira, Agostinho dos Santos, Orlando Silva: 
" esperança, morreste muito cedo, saudade, cedo demais chegaste...". Ela, do seu jeito me deu o gosto pela arte, me comprou um piano quando eu tinha quatro anos de idade, quando eu menina me acompanhava aos shows de Roberto Carlos, Wanderley Cardoso, Jerry Adriany, cultivou a semente que me fez, bem cedo, agregar o amor pela música de Chico, Caetano, Elomar, Tom, Vinicius, herança significativa na minha vida, na vida das minhas filhas e com certeza, também será na vida dos meus netos.
Hoje, Dia das Mães, quero compartilhar esta foto de Dona Elza, querida por todos os meus amigos, ela que sempre estava pronta para ouvir e brincar em qualquer situação, por maís séria que fosse. Ela era leve, acreditava na vida, acho que ainda acredita, poís a pouco mais de uma semana, num dos raros momentos que emerge, eu perguntei: Mãe, você é feliz? Ela sorriu e respondeu: Muito!
                                     13.05.2012

sábado, 24 de março de 2012

ELA








parte do prefácio do livro Ela - Roberto Gambini.



Depoís de anos de experiência como funcionário da Coroa Britânica na África do Sul, o jovem Henry Rider Haggard, aos 31 anos - época em que deve ter-se firmado seu contato com a fonte interior da criatividade - escreveu Ela. Corria o ano de 1887 e Carl Gustav Jung tinha apenas doze anos, mal começava a ler. Alguma relação entre os dois fatos? Sim, e muito interessante . Este livro que você está prestes a ler fez uma bela e duradoura empressão na mente intuitiva de Jung (que já o cita no inicio do século), que nele encontrou uma excelente descrição para o fugidio embora potentissimo fenômeno psíquico a que deu mais tarde o nome de anima. Temos aqui portanto não apenas uma bos história, dessas que transcritas hoje para a linguagem cinematográfica encantam multidões, mas um documento histórico muito saboroso para se pesquisar as fontes de idéias e imagens - e foram tantas - nas quais Jung encontrava paralelos para contextualizar e amplificar seus inúmeros insights. Só isto basta (mas há também o prazer da leitura/aventura) para justificar esta nova edição de Ela, na inspirada e competentíssima versão de Merle Scross...



Haggard escreveu muitas outras histórias... mas nenhuma terá jamais a importância e o charme de Ela devido justamente à impressão que causou em Jung.



Valeria a pena reproduzir as próprias palavras do pensador suíço a respeito deste livro para podermos avaliar com alguma precisão o que acabo de dizer. No volume 9/1 das Obras Completas, num ensaio intitulado "A Respeito dos Arquétipos e do Conceito da Anima", Jung diz o seguinte: "A Anima (...) não escapou à atenção dos poetas. Há excelentes descrições dela, que ao mesmo tempo nos falam do conteúdo simbólico em que o arquétipo usualmente se inscreve. Em primeiro lugar cito as novelas de Rilder Haggard: Ela, O Retorno de Ela e A Filha da Sabedoria". Alguns anos depois desse ensaio e certamente mais de meio século após a leitura da novela (em 1959, já no fim de sua vida), Jung escreve num prefácio de um livro de uma sua discipula: Rilder Haggard é sem dúvida o expoente clássico do tema da anima, muito embora este já fosse familiar aos humanistas do Renascimento (especialmente Francesco Colonna). Jung apreciaca o fato de não haver da história de Haggard nenhuma pretensão psicologizante, que acaba sempre por contaminar o relato com as indiossincrasias do autor. Aí temos portanto um critério valorativo para se detectar a importância de uma obra enquanto registro da fenomenologia do inconsciente coletivo: o registro sem mediações desnecessárias da fantasia que irrompe na mente do autor conta mais do que a forma e o estilo utilizados para captá-los...






então... esta é uma pequena parte do prefácio do livro Ela... Roberto Gambini fala sobre o livro, sobre o olhar de Jung sobre o livro e tece algumas consideraçòes sobre o conceito de Anima. Vale a pena ler o livro e também o prefácio de Gambini, que é maravilhoso.


sexta-feira, 9 de março de 2012

Viver o mito
Ana Sú - 08.03.2012

quem diria
que a vida
seria tão fiel
aos mitos

penso que ler um mito
dá a sensação de beleza
e de aventura

trafegar os caminhos
que o mito traz
é diferente
mais pungente

o que salva é a imaginação!